sexta-feira, 30 de maio de 2008

Alergias Alimentares: Mecanismo de ação

As reações alérgicas são respostas não habituais do sistema imunológico (SI), e representam reatividade alterada a um antígeno (Ag).

São chamados de Alérgenos os Ag envolvidos nas reações alérgicas.

Também é definida como Hipersensibilidade alimentar = reações mediadas por IgE (imunoglobulina E) tipo I e tipo não-IgE.

A IgE Tipo I é a mais comum. A combinação de um alérgeno com a IgE específica de alérgenos fixada a mastócitos teciduais ou basófilos circulantes provoca a liberação de mediadores químicos (histamina, serotonina, cininas, etc), causando prurido (coceira), contração da musculatura lisa e a vasodilatação = diarréias e vômitos.

Na reação Tipo I os Ac reagem rápida e imediatamente à presença do antígeno.
A reação provoca a ativação dos mastócitos, ocorre liberação da histamina e de outras enzimas vasoativas, provocando vasodilatação e exsudação.

São reconhecidas duas formas de hipersensibilidade do tipo I:
- Imediata à cerca de 15 a 30 minutos após o contato com o antígeno,
- Tardia à observada 6 a 8 horas após o contato com o antígeno, sendo caracterizada pela exsudação celular, principalmente de basófilos, eosinófilos, monócitos.

O choque anafilático é um exemplo de hipersensibilidade do tipo I imediata.

As reações que envolvem a IgE ocorrem geralmente imediatamente ou em até 2h, e sua variação vai de leve a fatal.

Algumas pessoas possuem pré-disponibilidade genética a doença alérgica, a Atopia à maior probabilidade de desenvolver alergias alimentares.

A pessoa pode nunca desenvolver sintomas de alergia alimentar, mas sim de asma, rinite alérgica, ou dermatite atópica.

Os lactentes tem mais chances de ter alergias alimentares do que crianças maiores ou adultos.

A amamentação é importante para diminuir as chances da criança desenvolver alergias alimentares, sendo os pais atópicos ou não. No leite materno há altas concentrações de IgA e TGF beta (fator transformador de crescimento), o primeiro responsável pela proteção das mucosas (diminui permeabilidade dos Ag), e o segundo responsável pela produção de IgA.

Os alérgenos mais comuns são aqueles com alto conteúdo protéico, especialmente de origem vegetal e/ou marinha, por terem maio número de sítios alérgicos.

Quando ocorre uma reação alimentar alérgica, as proteínas do alimento (chamadas de antígenos ou alérgenos), devem ser absorvidas pelo TGI (trato gastrintestinal), interagir com o SI (sistema imunológico) e produzir uma resposta imune.

Pode ocorrer reatividade cruzada entre os Ag, principalmente entre alimentos da mesma família biológica. Por exemplo: lactente alérgico ao leite de vaca pode ser alérgico ao leite de cabra.

A alergenicidade de algumas ptnas pode ser alterada pelo aquecimento. Os Ag de alguns alimentos podem ser removidos pelo processo.

Os alimentos mais comuns a causar uma reação alérgica são: Leite de vaca, amendoins, soja, trigo, ovos, frutos do mar.

Os principais sintomas são: 70% manifestações gastrintestinais, 24% cutâneas, 06% respiratórias, e em alguns casos, os mais graves, ocorrem as manifestações sistêmicas.

Conservantes e Corantes:As reações alimentares de causas alérgicas verdadeiras acometam 6-8% das crianças com menos de 3 anos de idade e 2-3% dos adultos.

O corante artificial tartrazina, sulfitos e glutamato monossódico são relatados como causadores de reações. A tartrazina pode ser encontrada nos sucos artificiais, gelatinas e balas coloridas enquanto o glutamato monossódico pode estar presente nos alimentos salgados como temperos (caldos de carne ou galinha). Já os sulfitos são usados como preservativos em alimentos (frutas desidratadas, vinhos, sucos industrializados) e medicamentos tem sido relacionados a crises de asma em indivíduos sensíveis.

Síndrome da Alergia Oral: A manifestação de alergia alimentar que ocorre após contato de determinados alimentos com a mucosa oral. Ocorrem imediatamente após contato do alimento com a mucosa da boca, ocasionando coceira e inchaço nos lábios, palato e faringe. O edema de glote não é freqüente.

Ocorre principalmente em pacientes com alergia aos pólens e os alimentos mais frequentemente envolvidos são: melão, melancia, banana, maçã, pêssego, cereja, batata, cenoura, ameixa, amêndoa, avelã e aipo.

Risco Nutricionais:
Baixo risco:
Qualquer alimento que possa ser facilmente eliminado com um risco mínimo ou sem risco nutricional ao paciente ( fruta ou vegetal).
Risco Moderado:
Alimento que pode ser encontrado com freqüência no suprimento alimentar, ainda que sua eliminação não limite de modo significativo as escolhas alimentares ou fontes de nutrientes vitais (peixe, crustáceos, nozes).
Risco Complexo:
Alimento que permeie o suprimento alimentar, fonte significante de nutrientes específicos, cuja eliminação resulta em alteração no estilo de vida e da dieta (trigo, soja, ovos, leite, amendoins).

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Distribuição dos Macronutrientes

Divisão dos macronutrientes ao longo do dia:

PTNA: 10% a 15%
CHO: 45% a 65%
LIP: 20% a 35%

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Sushiiiiiiii

O sushi é o par perfeito do sashimi. Não é à toa que o prato servido com ambos é batizado de combinado. POR STELLA GALVÃO

REFEIÇÃO MAGRINHA: O CONSUMO DE 200 GRAMAS DE SASHIMI DE SALMÃO (10 FATIAS) EQUIVALE A 150 CALORIAS!

Escolha bem nutritiva Além de saborosa, a dupla que abusa dos peixes é rica em proteína da melhor qualidade e ômega 3, substância protetora das artérias.

O sushi é carboidrato puro e há ainda a alga que embrulha esse bolinho de arroz. Uma única folha contém 8 mg de cálcio. Cuidado, somente, com o excesso de shoyo, o molho de soja que é o acompanhante natural do prato. Uma colher de sopa contém 855 mg de sódio, um autêntico concentrado salino.

Por trás dessa refeição leve e de fácil digestão, reina o sushiman, verdadeiro artesão do sushi e sashimi e dono de mãos experientes... e não muito quentes — eles molham as mãos enquanto enrolam os sushis. Reza a lenda que são raríssimas as mulheres nesses restaurantes, porque donas de um ritmo sangüíneo mais, digamos, nervoso, elas poderiam comprometer o equilíbrio de tal alquimia.

Nos restaurantes, os peixes devem ser mantidos resfriados a 3 graus. Os mais usados para o corte das delicadas fatias do sashimi são, pela ordem, atum, salmão, robalo, olho de boi, serra e carapau.

Em matéria de legumes, o acompanhamento geralmente se resume a nabo e cenoura fatiados e gengibre em conserva. O nutrólogo João César Castro Soares (SP) afirma que este é o único pecado da dupla. “Sushi e sashimi têm a vantagem de apresentar baixas calorias e não exigir fritura no preparo, mas, para uma refeição completa, é preciso acrescentar salada crua e verduras”, sugere o médico.

Fonte: Revista Viva Saúde - Nov. 2007

terça-feira, 20 de maio de 2008

Vitaminas: Fontes, Funções e Deficiências

"Vitaminas são compostos orgânicos essenciais necessários em quantidades muito pequenas (micronutrientes) mas envolvidos em funções corporais fundamentais."

"São reguladores (catalisadores) de reações bioquímicas."

Existem dois grupos principais de vitaminas:
- As Hidrossolúveis: Vitaminas do complexo B, vitamina C, vitamina H e Colina.
- As Lipossolúveis: Vitaminas A, D, E, K.
Hidrossolúveis
Fontes: Fígado, laticínios, carnes, ovos, batatas, cereais integrais, leguminosas, hortaliças e frutas, oleaginosas (amendoim, nozes, castanha, etc).
B1 Tiamina: Metabolismo dos glicídios e transmissão de impulsos nervosos - D: Beriberi (fadiga geral)

B2 Riboflavina: Metabolismo energético (transformação dos lipídios, ptnas, glicídios, metabolismo dos aminoácidos (aa), e ácidos graxos (AG), participa dos processos de transferência de H).- D: Deficiência em atividade físicas

B3 Niacina: Reação de oxirredução, regula metabolismo energético - D: Pelagra (distúrbio nervoso)

B6 Piridoxina: Metabolismo dos aminoácidos - D: Irritabilidade/Convulsões

B5 Ácido Pantotênico: Metabolismo energético, reprodução dos tecidos endoteliais e epiteliais, componente da Coenzima A (Coa A: metabolismo de carbs, aa, ag) - D: Fadiga/Distúrbios do sono

B9 Ácido Fólico: Síntese de DNA, produção de hemácias, metabolismo dos aa. - D: Anemia/Diarréia

B12 Cianocobalamina: Metabolismo dos ácidos nucleicos, formação dos glóbulos sanguíneos, bainha dos nervos e síntese de ácido nucleico, degradação dos ag e aa. - D: Anemia Perniciosa e macrolítica.

Vitamina C: Interfere no metabolismo do ferro ( comer laranja após o feijão) e glicose. - D: Escoburto e em crianças doença de Moller Barlow ( hemorragias no corpo em geral, equimoses, sangramento gengival).

Vitamina H Biotina: Coa de fixação de Co2. - D: Aumenta ou diminui a glicemia, dores musculares, alopecia, anormalidades no SNC (sistema nervoso central)

B15 Ácido Pangânico: Intervém como biocatalizador nos processos de transmetilação (processo que auxilia a formação de lipoproteínas VLDL, LDL, HDL). Importante para recuperação da fadiga e melhora da resposta imunológica.

Colina: Integridade estrutural das membranas celulares (fosfolipídios), neurotransmissão e transporte e metabolismo de colesterol e lipídios.
Lipossolúveis
Fontes: Fígado, laticínios, ovos, vegetais (principalmente amarelos e verdes), peixes, cereais integrais, leguminosas, hortaliças e frutas, oleaginosas(nozes, castanhas, amendoim)
Vitamina A: Participa da assimilação de cálcio, evita cegueira noturna. D: Cabelos fracos e quebradiços, cegueira noturna, ossos fracos e retardo no crescimento.

Vitamina D: Evita raquitismo,sintetizado pela ação da luz solar. D: Raquitismo e osteomalácia (deficiência da mineralização da matriz do osso cortical (longos) e trabecular).

Vitamina E: Participa da formação de hormônios, é antioxidante, pode estar ligada a fertilidade, eleva a absorção de vitamina A, neuroprotetora, tem função na regulação gênica. D: Encefalopatia e encefalomalácia (amolecimento do cérebro por causa de alterações degenerativas no tecido nervoso).

Vitamina K: Coagulação do sangue (biossíntese da protrombina no fígado). D: Hemorragias e equimoses (infiltração de sangue nos tecidos).

D: deficiência

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Quantas calorias ingerir??

Dietas existem mil, seja para emagrecer, manter ou ganhar peso. Mas quantas calorias ingerir?

Cada pessoa tem uma necessidade energética. Depende do peso, da altura, da idade, da prática ou não de atividades físicas, entre outros fatores.

Energia é a capacidade de realizar trabalho. Refere-se à maneira pela qual o organismo utiliza a energia presente nos alimentos.

Cada macronutriente tem uma quantidade de energia:
CHO carboidratos(glicose) = 4 calorias/g
PTN proteínas(aminoácidos) = 4 cal/g
LIP gorduras=lipídios(ácidos graxos) = 9 cal/g.

Para compararmos as calorias, o álcool tem 7 cal/g!!

Gastamos energia de 3 formas. Gasto de energia de repouso (basal), atividade voluntária ( caminhar, correr, levantar, etc) e efeito térmico do alimento (como os famosos termogênicos = pimenta, chá verde, brócolis, chocolate, etc).

O metabolismo basal refere-se a atividades como respiração, circulação do sangue, manter temperatura corpóres, bombear íons pelas membranas, ou seja, tudo o que é necessário para a manutenção do organismo.

Para calcularmos a TMB (taxa metabólica basal) utilizamos os seguintes dados ( coloquei somente a partir dos 10 anos:

OMS 1985
Idade ........Mulheres .................... Homens
... ... ...
10-18...... (12,2 X P) + 746 .......(17,5 X P) + 651
18-30 ......(14,7 X P) + 496....... (15,3 X P) + 679
30-60 ......(08,7 X P) + 829 .......(11,6 X P) + 879
> 60........ (10,5 X P) + 596 .......( 13,5 X P) + 487
P = peso em Kg

Com esses dados você saberá o quanto seu organismo gasta. Esse é o mínimo de calorias a ser ingerido.

Agora para calcular as necessidades energéticas totais (NET), afinal todos temos atividades ocupacionais e não somente as funções orgânicas, usamos o Fator Atividade.

Com o valor do TMB multiplique pelo Fator de Atividade (FA)

..................Leve......... Moderada .....Intensa
Homens ......1,55 ...........1,78 .............2,10
Mulheres ....1,56.......... 1,64.............. 1,82

Como exemplo:
Atividade Leve = caminhar 4 - 4,8Km/h
Atividade Moderada = caminhar 5,6 - 6,4Km/h
Atividade Intensa = correr

O valor final é quanto você deve consumir para manter seu peso e desenvolver saudavelmente as atividades do seu dia-a-dia.

Divida essas calorias sabiamente. Lembra das 3 palavras ali em cima? Equilíbrio, variedade e moderação! Como ajuda para montar o seu cardápio use a pirâmide alimentar brasileira ( post mais antigo), e prefira alimentos desnatados, magros, integrais e funcionais.

Pratique atividades físicas regularmente, aprenda a ter prazer caminhando, pedalando, correndo, pulando corda (gasta 100cal a cada 10 min!!). A preguiça pode ser grande no início, mas lhe garanto que você se sentirá recompensado (a) no final do exercício, como uma tarefa cumprida! É por você.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Recomendo!

A edição de Abril da revista Viva Saúde está muito boa!! Tem uma matéria sobre os carboidratos bem interessante, e tbm sobre os alimentos funcionais, que dão uma mãozinha para a nossa alimentação!

quarta-feira, 14 de maio de 2008

O que acontece com o que comemos??

O nosso metabolismo é responsável pela extração de energia dos nutrientes, ou seja, dos alimentos que ingerimos, sejam eles carboidratos, proteínas ou gorduras.

Essa energia retirada dos alimentos será utilizada para que o corpo realize seus "trabalhos", como respirar, fazer digestão, dormir, falar, piscar, correr, estudar, dançar, etc.

Podemos armazenar energia de duas maneiras:
- Glicogênio: Reserva hepática(fígado) de energia. É suficiente para fornecer energia por até 8 horas de jejum. É quebrado "glicogenólise" para fornecer energia para o organismo, em forma de glicose. Essa glicose é levada para as células através da insulina.

- Gordura: nossa temida inimiga gordura...! Todo EXCESSO calórico será armazenado como tecido adiposo. Tanto o excesso de carboidratos como o de gorduras e proteínas serão transformados em gordura.

Bom, vamos aos caminhos dos nutrientes:
GORDURAS ou LIPÍDIOS: Fazem parte dos componentes das membranas celulares (nossas células). Após passar pelo processo da digestão e emulsificação pelos sais biliares, as gorduras para que possam ser absorvidas são quebradas em 3 moléculas de Ácidos Graxos + 1 molécula de Glicerol. Os AG podem ser utilizados como energia para a maioria dos tecidos, ou, em caso de excesso, serem armazenados no tecido adiposo(lipogênese = gordurinhas) e o glicerol poderá participar da formação de glicose. O excesso de lipídios no sangue eleva os níveis de LDL (colesterol ruim - em outro post explicarei melhor).

CARBOIDRATOS: São alguns exemplos de carboidratos: farinhas, açúcares e claro, tudo o que for composto por eles. É o principal meio de energia utilizado pelo cérebro, por isso tem tanta importância na nossa alimentação. Além de que, se for totalmente excluído da dieta o corpo começa a retirar energia dos músculos = perda de massa magra e das gorduras. Porém não ache que isso é uma coisa boa! Quando o organismo retira energia (síntese de glicose) a partir de outras substâncias que não carbs., gera amônia (subst. tóxica ao organismo). Em alta concentração é armazenada como glicogênio(reserva hepática) ou, se em excesso como gordura (lipogênese). Cada alimento possui um Índice Glicêmico ( leiam o post), quanto mais alto o IG mais rapidamente será absorvido ( menos trabalho para o corpo = menor gasto de energia = maior nível de glicose no sangue = acúmulo em forma de gordurinhas).
A glicose tem uma variação normal plasmática(no sangue), se ficar acima do nível irá ser excretada pela urina(glicosúria - frequente em diabéticos), e se ficar abaixo do nível normal poderá prejudicar o metabolismo cerebral (lentidão, desânimo, sono, etc).

E por fim, PROTEÍNAS: São quebradas em aminoácidos. Em caso de excesso ocorrerá a Glicogênese (formação de glicose) e será armazenada como gordura. Na falta de carbs. será utilizada como energia(gliconeogênese = formação de amônia). Primeiramente são levados para o fígado para a produção de lipoproteínas (fazem o transporte dos lipídeos), proteínas do plasma, como a albumina, e fatores de coagulação. No sangue vão para todas as células do corpo, para a síntese de proteínas estruturais e funcionais (enzimas e hormônios).